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domingo, 26 de fevereiro de 2012

A árvore da vida



Talvez o filme mais complexo dentre os que concorrem ao Oscar, A árvore da vida é forte, profundo e arrebata discussões sobre religião, respeito, família, certo, errado e o verdadeiro significado de viver. 

Se eu tivesse que definir A árvore da vida em uma palavra, eu diria: difícil. Não há um clímax explícito, e o tempo é alinear. A senhora O’Brien -Jessica Chastain- recebe a notícia da morte de um de seus três filhos. Depois telefona para o marido-Brad Pitt. As cenas são um pouco confusas. Frases religiosas ficam soltas. A história migra para um futuro moderno, numa grande corporação, e mostra um dos irmãos -interpretado mais velho por Sean Penn- conversando com o pai, confessando que pensa no irmão falecido todos os dias. As cenas seguintes mostram o universo, vulcões, fogo, explosões, a vida no fundo do oceano, uma terra pré-histórica, como se as imagens filosofassem sobre a vida, a origem de tudo e o desenvolvimento dos seres, suas concepções e razões de existir. 


A partir daí, as coisas passam para o Texas em 1950, com uma recém formada e sem filhos família O’Brien. O primeiro menino nasce. As cenas seguintes meio que mostram o universo de uma criança, no jardim de casa. A reação do garoto ao lidar com um novo membro em seu mundo, o irmão mais novo. Há pequenas crises de ciúmes. Juntos, o filho mais velho e o pai plantam uma árvore no quintal. Nasce mais um menino. As crianças crescem e têm que aprender a lidar com a figura de um pai rígido e autoritário. Não podem rir ou errar quando o pai estiver por perto. Não podem pensar em não conseguir. Não podem falhar

O irmão mais velho começa então a fazer alguns questionamentos: “Mãe, de quem a senhora gosta mais?”. Passa a nutrir ódio pelo pai, pensá-lo como um hipócrita, que pede respeito e não respeita,que cobra atitudes que não toma,e que humilha a própria esposa. Inveja o irmão mais novo, e há claramente um complexo de Édipo -a criança atinge certa consciência de sexualidade, e o menino sente-se atraído pela mãe. Uma das cenas mais fortes é quando menino deixa de respeitar a todos, e grita para o pai: “Ela me ama mais do que a você!”.

Extremamente existencialista, a história trava vários ‘diálogos’ com Deus, e a árvore representa o tempo,a vida, a morte e o recomeço, como num ciclo. Logo após a morte do irmão do meio, ela está seca e sem flores ou folhas. Ao longo das cenas, com as crianças brincando, ela é sempre verde. Quando, no final do filme, eles vão se mudar, ela está cheia de flores, pronta para começar tudo de novo.As metáforas permeiam a história do começo ao fim, e cenas que questionam certos aspectos sociais –o porquê de algo ser certo ou errado- tornam-se frequentes. 

A árvore da vida tem três indicações, e obviamente a mais esperada é a de melhor filme.Dificilmente levará essa estatueta,mas quem sabe,né?

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