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segunda-feira, 16 de julho de 2012

O mundo de Calvin e Hobbes por Bill Watterson




Sem senso de direção ou dignidade própria.Essa é a minha nova coluna no Pub: "Com Grandes Poderes Vêm..."

As tiras impressas semanalmente nos jornais do mundo ganharam fama por revelar grandes artistas, criadores de personagens inesquecíveis, tais como Hagar O Horrível, Mafalda, Charlie Brown. Alguns de pintura bastante politizada, outros nem tanto, os personagens das tirinhas extrapolaram os limites do papel impresso para ganhar o mundo, e conquistaram admiradores de todas as idades. Viraram livros, desenhos animados, marcas. Vamos conversar sobre uma dupla em especial, um garotinho hiperativo que odeia matemática e sabe tudo sobre dinossauros, e seu tigre e melhor amigo viciado em sanduíches de atum que adora dar umas beijocas. Com vocês, Calvin e Hobbes.


Foi extremamente complicado pra mim, isso de montar um texto sobre os personagens criados pelo repórter e jornalista Bill Watterson. Não que me faltassem informações. Não, sou fã convicto e tenho uma pequena coleção de livros com as tirinhas do Calvin e do Haroldo em casa - guardado por um cachorro de três cabeças gigante, por isso nem tente. E era esse o grande problema: reunir informações relevantes, fazer um texto compreensível e interessante. É um pouco frustrante quando tem algo de que você gosta muito, daí você resolve fazer um texto sobre isso, tem muito a dizer e acaba se enrolando. As palavras ficam vazias, e antes que termine a introdução o texto já está completamente perdido. Por exemplo, caberia falar aqui que o Calvin gosta de uma garota chamada Susie Derkins? Ou que ele e o tigre de pelúcia têm uma amizade incondicional, e que se divertem jogando Calvinbol? Aliás, você sabe o que é Calvinbol

"Uma das criações mais interessantes do Bill Watterson no universo do Calvin e Haroldo, sem sombra de dúvida, foi o famoso Calvinbol, o esporte onde a única regra é que não se pode repetir a mesma regra duas vezes. Nele, a cada instante são criadas novas regras com a mesma facilidade com que antigas são descartadas, todas com o objetivo de fazer o Calvin ganhar, é claro, mesmo que ele não assuma isso..."

Na verdade, Watterson criou muito mais do que o Calvinbol para desenhar o perfil do menino de seis anos chamado Calvin e de seu tigre, o Haroldo – na tradução brasileira. Por exemplo, Calvin gosta de pizza com bastante pepperoni, odeia estudar, coleciona os gibis do capitão Napalm; gosta de bombas de chocolate no café da manhã, odeia perder, é supremo ditador vitalício do clube G.R.O.S.S.O. (garotas ranhetas nojentas sumam logo!). Tem ainda alguns alter egos, como o astronauta Spiff e o detetive particular Tiro Certo; além disso, gosta de descer grandes penhascos na neve e é dono de uma máquina do tempo, que também funciona como transmogrificador. Já o Haroldo, além de passar o tempo desenhando bigodes nas revistas do capitão Napalm, gosta de garotas de olhos verdes com grandes bigodes, e de ler um bom livro, é presidente e primeiro tigre do G.R.O.S.S.O.; curte gravatas, sonha em casar com alguém que o chame de ‘meu docinho de coco’, e acha a palavra jaleco divertida – jaleco, jaleco, jaleco, jaleco.


As questões de existência, que Calvin levanta enquanto escorrega por um mortífero penhasco na neve, vão  muito além da perspectiva de uma criança diante das intermináveis - e incompreensíveis - normas sociais; há muito mais do que um garotinho hiperativo, há críticas à influência da TV e das marcas sobre a sociedade moderna. Há no garoto e seu amigo de pelúcia a geração que 'ganhou' de herança um mundo consumista, capitalista, infeliz e poluído, e que não está nada satisfeita com isso.


A mensagem que a dupla passa é muito mais do que o humor natural de uma criança que ainda tenta aprender a lidar com certas relações sociais, como família, escola, a necessidade de ser incluído em algum grupo. Não, há uma mística muito maior no trabalho de Bill Watterson. Calvin e Haroldo revivem a arte de ser criança em cada um de nós. As descobertas, as frustrações, a invenção de um mundo paralelo ao real; um menino e seu tigre de pelúcia bobão, que proporcionam, além de uma boa dose de humor, a visão de um período de nossa existência que jamais deverá ser esquecido ou deixado de lado: a infância.

E antes que eu fique falando sobre como as tirinhas são legais, divertidas e tudo mais, proponho a você, que ainda não foi contaminado com o fascínio pelas histórias em quadrinhos, que procure conhecê-las um pouco melhor. Hagar o Horrível, Mafalda, Garfield, Grump, Frank e Ernest, Charlie Brown, algumas vão realmente conquistar você. É um universo incrível, fascinante e muito, muito especial. Por isso, sempre vale a pena conhecer um pouco mais sobre o assunto. Certo? 


Espero que tenham gostado.
Até mais e comentem!


Mais no Depósito do Calvin, onde eu li minhas primeiras tirinhas do Calvin e Haroldo.


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