Sempre fui fã de filmes de animação, gostava das cores, das formas e tinha o meu desejo infantil de querer ser um desenho e pertencer àqueles mundos. Algo muito intrigante para mim era -e ainda é- a técnica do stop motion, os bonequinhos feitos de massinha tão frágeis e tão expressivos. É nesse contexto que eu apresento a vocês: "Mary e Max - Uma amizade diferente".
Com um título bobo, digno de sessão da tarde, o filme aborda temas não tão ingênuos assim, como: Obesidade, depressão, alcoolismo, e suicídio. Mary é uma garotinha australiana de 8 anos, gordinha, sem amigos, curiosa e com pais desequilibrados que a ignoram constantemente. Já Max é um senhor de 44 anos, obeso, que sofre com a Síndrome de Asperger na caótica Nova York.
Essa "amizade diferente" surge quando, aleatoriamente, Mary encontra o endereço de Max e lhe manda uma carta. O senhor encontra conforto nas palavras da menina, e juntos descobrem que têm muito em comum, como o gosto pelo chocolate e pelo desenho animado dos Noblets. Várias cartas, alguns quilos a mais e vinte anos depois, a amizade ainda persiste.
Apesar de ser uma animação, esse filme não é recomendado para crianças, pelas razões anteriormente já citadas. Adam Elliot, o diretor, usou predominantemente os tons de cinza para as cenas de Max e o marrom para as partes de Mary, nos surpreendendo algumas vezes com tons de vermelho. Com poucos diálogos, o filme é basicamente todo contado pelo narrador.
Encantador, doce e -a meu ver- genial! Vale a pena ser visto e prova mais uma vez que a amizade é um bem precioso e indispensável.
"Deus nos deu parentes. Graças a Deus nós podemos escolher nossos amigos"
Ethel Munford