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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Medianeras



Medianeras é mais uma genialidade do ótimo cinema argentino - que tem me surpreendido com belos filmes como O segredo dos seus olhos. Eles sabem o que fazem, e provam isso com essa delicada estória de dois jovens moradores da capital Buenos Aires, que sofrem com as desvantagens de morar em grandes centros urbanos e de conviver com a solidão imposta pelas enormes paredes de concreto.

O filme é narrado por Martín (Javier Drolas com carinha de nerd) e por Mariana (a linda Pilar López de Ayala), que são vizinhos, mas nunca se encontram. Ele é criador de sites e um fóbico em recuperação, tem síndrome de pânico e só se locomove a pé, nada de ônibus, metrô ou avião. Ela é uma arquiteta que trabalha arrumando vitrines, tem pânico de multidões, fobia de elevadores e acaba de sair de um relacionamento de quatro anos.
“Num ato simples e irreversível me desprendo de 38,9Mb de história; quem dera minha cabeça funcionasse tão bem como o Macbook”



















O primeiro longa do argentino Gustavo Taretto é uma co-produção entre Argentina, Espanha e Alemanha, sendo destaque em festivais no Brasil e no mundo afora.

A arquitetura de Buenos Aires tem grande importância no filme, logo no começo o protagonista ressalta como ela é imperfeita e responsável pela segregação social. O próprio título do filme faz referência às paredes inúteis dos edifícios, onde é proibido abrir janelas e só são utilizadas as medianeras para expor propagandas comerciais.

 “Estou convencido de que as separações, os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, o suicídio, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, as contraturas, a inseguridade, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidade dos arquitetos e da construção civil. Destes males, salvo o suicídio, padeço de todos”.


O longa é cheio de referências, como o filme Manhattan de Woody Allen, o filme O estranho mundo de Jack, Stars Wars e Astroboy, sendo a principal delas o joguinho Onde está Wally, o qual Mariana diz ser o livro de sua vida e que terá grande destaque no filme.

O filme explora bem a nossa crescente dependência de tecnologia, e as relações sociais construídas através de bate papo online. O personagem de Javier Drolas diz que há dez anos sentou na frente do computador e que tem a impressão de jamais ter levantado.

Com um roteiro inteligente e personagens cativantes, Medianeras descreve muito do nosso cotidiano, e é fácil se identificar com as reflexões dos personagens. Assistam, eu super recomendo! E não deixem de comentar, ok?

Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Hobbes disse...

muito muito muito bom.

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